A coordenadora do Programa Sexualidade (ProSex) do IPq, Carmita Abdo, fala ao Jornal e Rádio USP sobre seu livro, que aborda o sexo na pandemia. Confira:
Carmita Abdo fala sobre sexo na pandemia
No livro “Sexo no Cotidiano”, a professora da Faculdade de Medicina comenta sobre tópicos expressivos relacionados ao tema durante o isolamento
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- Post published:10/05/2021
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Olivro Sexo no Cotidiano, escrito durante a pandemia, é voltado ao público em geral e traz 26 temas sobre sexualidade, como atração, sedução, intimidade e isolamento. A autora é Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina (FM) da USP, fundadora e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas.
Ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Carmita, que trabalha há quatro décadas com o assunto, comenta que o livro tem tópicos expressivos falando sobre o sexo no isolamento, mas outros temas também foram muito bem explorados. “Acabou ficando divertido e interessante”, afirma. Há capítulos como “Sexo é Tudo”, “Amor Sem Sexo”, “Sexo de Risco” e “Sexo com Hora Marcada”. “É um livro que convida a refletir sobre essas temáticas.”
A obra também conta com um capítulo dedicado à espontaneidade na atividade sexual. A professora comenta que o sexo é cada vez mais com hora marcada, por conta do nosso estilo de vida e das agendas sempre cheias. “O mundo muda, o sexo muda também”, diz. “Você vai lendo e se achando”, completa. Carmita começou a se interessar pelo tema quando prestava atendimento psiquiátrico aos alunos da USP.
O sexo também pode ser um indicador de saúde. A professora cita a falha de ereção, que pode estar relacionada a quadros de diabete, problemas de próstata, colesterol alto, complicações cardiovasculares e também depressão. Há também o outro lado. “Quando você não está bem e faz sexo, ele muda seu humor a partir da oxigenação dos tecidos e da liberação de endorfina e dopamina”, afirma. “Sexo bom para a saúde é o sexo que satisfaz.”
Sobre a pandemia, a professora comenta que, no início, as pessoas estavam sexualmente mais ativas, mas o medo acabou tirando o prazer dessas relações. “Conforme a pandemia foi se prolongando, a prática sexual passou a ser mais esporádica e as falhas, como falta de desejo, bastante frequentes.” Houve também o aumento dos casos de violência doméstica, divórcios e separações e consumo de pornografia e sexo virtual.
Segundo Carmita, sexo não necessariamente é atividade sexual, mas é libido. “É a força que nos põe na cama e a energia que nos tira dela.” “A energia libidinal que nos faz ter interesse no sexo é a mesma que nos dá interesse na vida”, conclui.