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Liliana Seger, do IPq, fala sobre o transtorno de personalidade. Confira a entrevista na Folha Uol.

Especialistas indicam como identificar transtornos psiquiátricos em jovens e o que fazer

Pais devem ficar atentos a sinais, como mudanças no comportamento

  • 18.abr.2023 às 8h00
SÃO PAULO

 

Transtornos psicológicos podem ser percebidos a tempo de tratar e evitar episódios como o ocorrido no dia 27 de março, na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo.

“As crianças e os adolescentes dão sinais, as pessoas que não veem ou não estão próximas a eles para enxergarem”, afirma Liliana Seger, psicóloga clínica e coordenadora do Grupo de Transtorno Explosivo Intermitente, do Programa do Ambulatório dos Transtornos do Impulso, do Instituto de Psiquiatria da USP.

Segundo a especialista, ficar mais quieto, irritadiço, mudar os hábitos, permanecer muito tempo no quarto, evitar sair de casa e os contatos sociais são alertas que podem indicar o desenvolvimento de transtorno de personalidade antissocial ou de conduta.

Pessoa entram por portão que dá acesso à escola; há policiais e uma viatura no local
Entrada da escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, onde, no fim do mês passado, um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas – Rubens Cavallari – 27.mar.23/Folhapress

 

O transtorno de personalidade antissocial se caracteriza pela falta de empatia, mentira, irresponsabilidade, indiferença, impulsividade, agressividade e pelo desrespeito às leis. É diagnosticado na idade adulta.

O transtorno de conduta aparece na infância e adolescência. É marcado pelo egoísmo, insensibilidade, agressividade, crueldade com animais, mentira, brigas, ataques de birra constantes, desobediência familiar e na escola, furtos, prática de bullying, perseguição a colegas de classe.

As escolas devem chamar os pais para uma conversa e avisá-los sobre qualquer mudança no comportamento, de acordo com a especialista.

“Há projetos interessantes que poderiam ser feitos pelas escolas. Sentar-se com os professores, perguntar como eles percebem os alunos, se há comportamentos diferentes em aulas diferentes, e quais são os mais isolados”, explica a psicóloga.

“As dicas vêm, as crianças e os adolescentes é que estão cada vez mais sem o olhar da família. A família joga para a escola. O pai educa, cria e vai trabalhar. Dependendo da classe social, acaba dando muitas coisas, mas não olha para eles; ou os pais trabalham muito porque a sobrevivência é mais importante e nem olham para a cara do filho”, afirma Liliana Seger.

Quanto a casos de bullying, a psicóloga diz que, se a criança ou adolescente tem uma rede familiar com quem possa conversar ou uma escola que preste atenção, o problema é minimizado. “Infelizmente, as escolas não conseguem olhar para eles, individualmente. Não há matérias ou encontros que possam fazer com que os professores percebam as condutas dos alunos.”

Gabriela Malzyner, psicóloga, psicanalista e coordenadora do Núcleo de Infância e Adolescência do CEP (Centro de Estudos Psicanalíticos) de São Paulo, acrescenta que, “quando um jovem promove um ato como aquele [da escola estadual Thomazia Montoro] é denunciado um mal-estar social.”

Para a psicanalista, os pais precisam pedir ajuda, pois nem eles ou as escolas darão conta do problema sozinhos.

A especialista reforça, ainda, que o Estado deve enviar recursos psicossociais e educacionais às escolas. “Crianças e adultos desamparados socialmente ficam numa situação de vulnerabilidade psíquica e emocional tão grande que não têm competência para serem empáticos com o outro, porque não tiveram a marca da empatia. As pessoas são frutos de um meio, social ou familiar. E o meio modula o comportamento, as ações e a forma de lidar com o próximo.”

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/04/especialistas-indicam-como-identificar-transtornos-psiquiatricos-em-jovens-e-o-que-fazer.shtml