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Mariangela Savoia, do IPq,  fala sobre estresse. Veja a matéria no site UOL/Mina BemEstar.

SEU CORPO
Estresse não é brincadeira!
Nada silencioso, o estresse manda diversos sinais quando toma conta da gente. Ignorar pode trazer consequências graves para a saúde física e mental.

SEU CORPO / REPORTAGEM
POR: ESTELA AGUIAR
04.05.2023

“Fulano é estressado”. “O trabalho é estressante”. “Hoje me estressei”. O estresse está na boca do povo não é de hoje, mas você sabe realmente do que se trata? Vai além de sentir os nervos à flor da pele e distribuir patadas.

“O estresse é uma sobrecarga no nosso aparelho psíquico”
Um estudo publicado em março deste ano descobriu que pessoas com altos níveis de estresse podem ter declínio na função cognitiva. Ele também afeta a qualidade do sono, a saúde do coração e da pele, tem relação com transtornos alimentares e pode ser gatilho para a depressão, entre outros problemas.

O que é o estresse?
“O estresse é uma sobrecarga no nosso aparelho psíquico, ou seja: aquilo que não conseguimos dar conta pelo excesso de estímulos, que cansa tanto nosso aspecto físico, quanto o psíquico”, explica o psicanalista Alexandre Patrício, criador do podcast Psicanálise de Boteco e autor de livro homônimo.

Bombardeado de estímulos o tempo todo (seja no trabalho, em casa, na faculdade, nas relações, nas redes sociais…), nosso corpo reage de maneira quase que involuntária por se sentir ameaçado ou desafiado. Essa reação fisiológica libera hormônios como o cortisol e a adrenalina, que preparam o organismo para uma possível luta ou fuga.

O que causa o estresse?
Basicamente tudo pode ser um agente estressor. De acordo com o Ministério da Saúde, há a classificação de dois tipos de estresse: o crônico, que afeta a maioria das pessoas e está presente no dia-a-dia de forma mais branda; e o agudo, que é intenso e curto e surge por situações traumáticas.

“O estresse crônico tem causas psicossociais, que são eventos da vida, como questões do trabalho, a morte de alguém que a gente ama”, explica Mariângela Savoya, psicóloga do Instituto de Psiquiatria da USP. “Já o agudo vem de traumas como terrorismo, enchente, terremoto… Que são eventos de violência menos frequente na vida das pessoas”.

As fases do estresse
Fase de alerta: é quando entramos em contato com os estímulos estressores. O coração pode acelerar, o músculo ficar tenso, a boca secar, entre outros sintomas agudos.
Fase de resistência: o corpo tenta voltar ao seu estado de equilíbrio. Os sinais de aceleração desaparecem, mas há um grande gasto de energia e o organismo se torna mais suscetível a doenças e outros problemas, como bruxismo, perda de apetite e cansaço físico e mental.
Fase de exaustão: é quando a tentativa de resistência não dá certo e as defesas do corpo começam a falhar, podendo resultar em hipertensão, diarréias frequentes, apatia, disfunção sexual, diabetes, insônia e o famoso burn out.
O corpo pede socorro e é importante ficar atento aos sinais antes que o quadro se agrave
Sintomas do estresse
O olho tremendo de forma involuntária não é mito popular quanto a indício de estresse. Segundo Alexandre, é o corpo reagindo, assim como outros sintomas. “Temos tanto espasmos no olho, como tem gente que se sacode enquanto dorme, e eles estão ligados a essa sobrecarga de estímulos”, explica.

Sim, é isso mesmo: o corpo pede socorro e é importante ficar atento a esses sinais antes que o quadro se agrave. Aqui mais alguns sintomas em diferentes graus que merecem atenção.

Sinais físicos de estresse:

Dores musculares
Enxaqueca
Mãos e pés frios
Aceleração cardíaca
Ranger dos dentes
Cansaço excessivo
Diarréia recorrente
Diminuição da imunidade
Pálpebra tremendo
Sinais psicológicos de estresse:

Alterações no apetite
Irritabilidade excessiva
Sensibilidade excessiva
Lapsos de memória
Falta de libido
Dificuldade de elaboração de pensamento
Falta de criatividade
Sensação de uma existência sem sentido
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Existe tratamento?
O estresse amplia comorbidades – e elas, sim, podem ser tratadas. “Temos ele como um tronco, e os outros adoecimentos são os ramos, como a insônia, a ansiedade, a fobia, a depressão”, ilustra Alexandre. Para as questões mentais, acompanhamento psicoterapêutico e, em alguns casos, medicação podem resolver.

No entanto, não podemos esquecer que o estresse também pode trazer consequências físicas, como AVC e infarto, inclusive em pessoas jovens, como mostra estudo publicado na revista científica Circulation. Por isso, o melhor caminho é cuidar do seu bem-estar cotidiano para reduzir o estresse e, consequentemente, cuidar da sua saúde física e mental.

Como diminuir o estresse?
Ainda tem gente que encara atividade física como algo estético, mas se exercitar é fundamental para a sua saúde – e isso inclui o combate ao estresse. Quando colocamos o corpo em ação, seja na academia, na dança, praticando algum esporte, ou até mesmo no sexo, temos uma redução do cortisol, o hormônio do estresse. Então encare a prática de exercícios como uma amiga!

O acompanhamento psicológico ajuda no desenvolvimento da resiliência
Cuidar da alimentação também faz a diferença. Alimentos que contém selênio, como a castanha do pará, atuam contra inflamações, além de dar suporte para uma boa função cognitiva. “Ameniza os efeitos do estresse e da depressão”, afirma a nutricionista esportiva Yakini Ribeiro. O magnésio, encontrado nas leguminosas, também é considerado um nutriente antiestressante. “Ele é crucial para transmissão nervosa, contração muscular, coagulação sanguínea, e produção de energia”, comenta a especialista.

Tem mais! O famoso complexo B é composto por um grupo de 8 vitaminas que são chamadas de “vitaminas anti-estresse”. “Alimentos como couve, brócolis, repolho e alcachofra possuem nutrientes que participam na modulação do estresse pela ação antioxidante e anti-inflamatória, controle da pressão arterial e produção dos hormônios do bem-estar serotonina e dopamina”, explica Yakini.

E, claro, para quem se vê constantemente em situações de estresse ou passou por um trauma, o acompanhamento psicológico é essencial, pois ajuda no desenvolvimento da resiliência, como explica Mariângela: “Aprender a estar numa situação estressora. É como a engenharia das pontes, de sofrer um impacto, mas voltar ao normal”.

https://minabemestar.uol.com.br/estresse/