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Triagens para Projetos de Pesquisa

O impacto de um programa direcionado para o tratamento da Dependência de Comida

O estudo para o tratamento da Dependência de Comida/DC realizado pela equipe multiprofissional do Programa Ambulatorial dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP propõe chamar atenção para o problema e oferecer, de forma inédita na literatura científica mundial, o grupo de tratamento específico para DC.

Dependência de Comida

A alimentação humana não serve apenas para a nutrição, mas também está ligada ao nosso mecanismo de prazer cerebral e comportamental. Estudos científicos em animais e humanos trazem crescente evidência de que o sistema de recompensa cerebral, ligado ao prazer, pode estar desregulado em alguns casos de pessoas obesas, com transtornos alimentares e, mais recentemente, dependência de comida (DC) – de forma similar ao cérebro de dependentes químicos

A hipótese é de que alguns alimentos ou ingredientes adicionados podem provocar processos aditivos em pessoas suscetíveis, especialmente alimentos processados com alta concentração de gorduras ou açúcares. Como consequência, algumas pessoas passam a consumir esses alimentos de forma a perceber uma redução da própria capacidade de controle sobre o consumo; queixam de dificuldade de reduzir ou de parar de consumir ou permanecem consumindo apesar dos prejuízos, etc.

Critérios Diagnósticos propostos baseados no DSM 5:

  • Manter padrão problemático de consumo de alimentos, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente significativos em um período de 12 meses
  • Fissura ou forte desejo ou necessidade de consumir alimentos específicos
  • Recorrente consumo de alimentos em excesso, resultando no fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, escola ou em casa
  • Continuar consumindo alimentos em excesso, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados por efeitos de alimentos específicos
  • Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude do consumo excessivo de alimentos
  • O consumo excessivo de alimentos é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pelo excesso alimentar

Devido ao ambiente obesogênico e ao sofrimento das pessoas que desenvolvem DC, é importante aprofundar investigações sobre adição a alimentos e novas propostas terapêuticas.

Resultados preliminares: desde 2016 a equipe atende a cada semestre grupos de pacientes voluntários com o objetivo de avaliar o efeito de programa de tratamento grupal para DC, realizado com 47 voluntários de 2016 a 2018, obedecendo ao mesmo programa de 21 sessões semanais, incluindo 3 sessões de Entrevista Emocional (EM), 6 de Nutrição Comportamental (NC) e 13 de Terapia do Esquema (TE). Os participantes foram avaliados antes e depois dos grupos através da Yale Food Addiction Scale (YFAS2), entre outras escalas. Os voluntários tinham em média 42.4 anos de idade, 37.2 de IMC e 78,7% eram mulheres. 31 sujeitos terminaram o programa, sendo que 84% não mais preenchiam critérios para DC. Houve melhora significativa também na fissura por comida e da sensação de insatisfação corporal, demonstrando que o tratamento oferecido contribuiu para que os participantes tivessem maior controle sobre a alimentação e melhor qualidade de vida. Os resultados sugerem que a Terapia do Esquema, juntamente com Nutrição Comportamental e Entrevista Motivacional, são promissores para tratamento de Dependência de Comida.

Coordenador do Programa: Dr Edgar Oliveira, médico psiquiatra

Mais informações: e-mail dredgaroliveirapq@gmail.com

Triagem para pacientes voluntários – Dependência de comida – Homens e mulheres maiores de 18 anos, com comportamento alimentar compulsivo. Informações e inscrições tel. (11) 2661-7805 ou e-mail: proamiti.secretaria@gmail.com

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do IPq