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Orestes Vicente Forlenza comenta que o exame é uma evolução da tecnologia baseada em biomarcadores do líquido cefalorraquidiano, capazes de mostrar, com alto grau de segurança, pessoas com níveis leves da doença de Alzheimer

No dia 28 de julho, artigo publicado na revista científica Journal of the American Medical Association revelou um estudo que sugere que o Alzheimer pode ser detectado em um novo tipo de exame de sangue. Atualmente, o diagnóstico é feito por exclusão e relatos de familiares, ainda contando com um mapeamento do cérebro feito após a morte. Pesquisadores de quatro países (Suécia, Estados Unidos, Colômbia e Alemanha) estão envolvidos no estudo, encabeçados pela Universidade de Lund, na Suécia.
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Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, Orestes Vicente Forlenza, psiquiatra e professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, comenta que o exame é uma evolução da tecnologia desenvolvida há vários anos, baseada em biomarcadores do líquido cefalorraquidiano, que foram capazes de mostrar, com alto grau de segurança, pessoas com níveis leves da doença de Alzheimer e até mesmo indicar pessoas com risco de desenvolver a doença no futuro. “São alguns resultados de experimentos que mostram ser possível também detectar alguns desses marcadores no sangue. Isso é uma grande novidade e algo que torna muito mais viável o diagnóstico em larga escala”, explica Forlenza. De qualquer forma, o psiquiatra comenta que o custeio dessa tecnologia avançada ainda inviabiliza a análise em larga escala.     

A identificação de indivíduos de alto risco para o Alzheimer seria de extrema importância, quando se pensa em tratamentos que possam controlar precocemente a evolução da doença. Este aspecto de prevenção traz expectativas positivas ao âmbito clínico, mas ainda não é uma realidade atual. “Há um grande entusiasmo para o futuro do tratamento da doença de Alzheimer. Tratar os casos, em uma condição pré-clínica é muito importante, de indivíduos que ainda não manifestaram os sintomas, mas que você consegue inferir se eles vão desenvolver a doença no futuro a partir dos biomarcadores”, explica Forlenza. A pesquisa abre a possibilidade de indivíduos de risco deixarem de manifestar a doença no futuro.

Importante lembrar que embora existam estudos sobre abordagens terapêuticas capazes de modificar o processo da doença, o Alzheimer ainda não tem cura. O psiquiatra comenta que os tratamentos atuais apenas atenuam os sintomas, mas em casos em que eles são bem empregados há a possibilidade de a doença ter uma evolução mais favorável, uma deterioração mais lenta. O doutor, inclusive, cita uma linha de pesquisa desenvolvida no Hospital das Clínicas (HC), mais especificamente com o lítio, uma droga usada para tratar sintomas do humor em pacientes com transtorno bipolar e depressão. Foi possível constatar que, quando empregada de maneira sistemática (tamanho de dose e monitoramento dos efeitos adversos), esta droga pode atenuar a progressão da doença.

Ouça a entrevista completa no player acima.